Pontos controversos podem ser retirados de projeto da isenção do IR, diz Renan

Pontos Controversos Podem Ser Retirados De Projeto Da Isenção Do Ir, Diz Renan

Pontos controversos podem ser retirados de projeto da isenção do IR, diz Renan



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta quinta-feira (16) que “pontos controversos” no projeto que aumenta a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 podem ser retirados do texto e encaminhados para uma tramitação separada, de forma paralela. O objetivo, explica ele, seria preservar ao menos o “núcleo do projeto” e garantir a sanção do presidente Lula antes da virada do ano.

Qualquer alteração substancial no projeto no Senado obrigaria a Casa a devolver o texto para a Câmara, para uma nova análise, levando um tempo maior para a conclusão da matéria no Legislativo. Assim, Renan entende que o desmembramento do projeto pode ser uma saída. Pondera, contudo, que ainda não concluiu seu relatório e que caberá ao Senado bater o martelo.

Sobre os pontos controversos, Renan se refere a modificações que foram feitas na Câmara a partir do texto original, que é de autoria do Planalto.

O senador entende que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) costurou exceções no projeto sem a devida compensação financeira. Lira, adversário político de Renan em Alagoas, foi o relator do projeto na Câmara.

“Algumas coisas que foram colocadas sem a devida compensação serão olhadas com uma lupa para não distorcer o projeto, que é o primeiro passo significativo no caminho da justiça tributária”, disse Renan.

O senador destaca que a versão aprovada pela Câmara blindou, por exemplo, rendimento obtido com títulos como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e de Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros). Ele acrescenta que a falta de previsão para compensação esbarra na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Ainda segundo Renan, uma das eventuais compensações poderia ser a elevação de alíquota das bets, que estava prevista na Medida Provisória 1303, derrubada pela Câmara.

“Se o Senado entender que pode incorporar algumas dessas compensações, elas não ensejarão a volta do projeto para Câmara, elas irão desmembradas para a Câmara, para tramitar em um projeto paralelo”, diz Renan, que nesta quinta conduziu uma audiência pública sobre o projeto do IR com sindicatos de trabalhadores.

No encontro, o relator ouviu pedidos para que o projeto seja aprovado e sancionado a tempo de o trabalhador sentir os efeitos da medida já em janeiro de 2026.

“Gostaria de dizer que este projeto vai tramitar no Senado de forma célere e que aqui no Senado não teremos lobista influindo na tramitação e não vamos permitir que ele seja utilizado para pautar outras matérias que não são de interesse da sociedade, blindagem, anistia, seja lá o que for. Aqui será feito um debate aberto, transparente, a luz do dia, ouvindo cada setor da população”, disse Renan aos representantes das entidades.

No início do mês, ao receber a relatoria, Renan já havia criticado a Câmara dos Deputados. Segundo ele, a proposta foi usada para pressionar o governo Lula, em uma chantagem para tentar avançar com a pauta da anistia e da PEC da Blindagem.

O emedebista fará mais duas audiências públicas, na próxima semana. Seu relatório será apresentado logo na sequência, ainda em outubro.

Além de promessa de campanha, a isenção do IR também é a principal aposta do PT para alavancar a popularidade de Lula em ano eleitoral. A medida ainda inclui um desconto no imposto de quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais. Hoje, na prática, a isenção já é de até R$ 3.036 por mês. Ao todo, a desoneração da base da pirâmide de renda deve beneficiar até 16 milhões de contribuintes a um custo de R$ 31,2 bilhões no ano que vem, segundo a Câmara.

Para compensar a perda desses recursos, o governo propôs a criação de um imposto mínimo de até 10% sobre a alta renda. O alvo da medida são 141 mil contribuintes que recolhem, em média, uma alíquota efetiva de 2,5%.

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Fonte: Notícias ao Minuto

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