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China avança na AL com porto no Peru e plano de ferrovia no Brasil


A infraestrutura portuária “não é apenas um ativo econômico, mas um ativo geopolítico”. “A presença de empresas chinesas em portos na América Latina é vista pelos EUA como parte de uma estratégia de projeção global de poder da China, especialmente em um momento de tensões comerciais”, diz o presidente do Conselho.

A China já é o principal parceiro comercial de diversos países sul-americanos, incluindo o Brasil. Chancay fortalece esses laços econômicos com Pequim, em detrimento da dependência tradicional do mercado norte-americano.
Vinicius Marinelli, presidente do CFE

Chancay vai dar à China acesso rápido e barato a mercados sul-americanos. A proximidade da região reduzirá custos para importação de grãos, pescados e frutas para sua população de 1,4 bilhão de habitantes. Em troca, a China venderá seus manufaturados.

O mega porto permitirá transportar mais mercadorias em viagens mais curtas. A China escolheu aquela região por ter a maior profundidade da costa do Pacífico, o que permitiu construir o porto para embarcações com até 18 metros de calado (a distância entre o fundo do casco e a linha de flutuação). Graças a isso, Chancay recebe os maiores navios de carga do mundo, com capacidade para 384 mil toneladas cada um.

No porto de Santos, o calado é de 14,5 metros. Com essa profundidade, ele deixa de receber 1 milhão de toneladas por ano, já que apenas navios menores atracam. “Os navios no Brasil estão com cinco gerações de atraso”, diz Cláudio Loureiro de Souza, diretor do Centro Nacional de Navegação Transatlântica (CentroNave), sobre os navios mais usados no país, com 182 mil toneladas de capacidade.

A rota Chancay-Xangai diminuirá a dependência do Canal do Panamá, na mira dos EUA. Para reduzir a influência chinesa sobre o continente, o presidente Donald Trump disse que, se necessário, “usaria a força” para retomar o canal, entregue ao Panamá em 1999.



Fonte: UOL

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