Contra golpe, CGU suspenderá débitos no INSS de aposentados associados

Contra Golpe, Cgu Suspenderá Débitos No Inss De Aposentados Associados

Contra golpe, CGU suspenderá débitos no INSS de aposentados associados


Em paralelo, a CGU fará um “processo de reorganização” para identificar quais descontos foram feitos com o consentimento dos aposentados e quais são irregulares. “Só depois, aqueles que quiserem se associar aí sim vão ter os descontos que pactuarem. Mas todos serão suspensos”, explicou Carvalho.

Segundo a PF, os valores eram descontados todos os meses, mas a “grande maioria” não havia autorizado ou não era associado. Esses “descontos associativos” só deveriam ser efetuados nas contas de beneficiários que contrataram entidades e sindicatos esperando usufruir de benefícios, como auxílio jurídico sindical.

A prioridade do governo, agora, é restituir os recursos extraídos dos aposentados ao longo dos anos, disse Carvalho. “Aqueles aposentados que tiveram os recursos ilegalmente descontados nós vamos garantir a restituição. É o que estamos organizando. Não tenho como dizer, agora, quantos são”, ponderou.

Segundo Carvalho, a investigação irá terminar ainda quem são os responsáveis individualmente. “Ontem, já foram bloqueados cerca de R$ 2 bilhões dessas associações e pessoas envolvidas”, afirmou.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo ontem. A PF afirma que a direção do órgão, incluindo o presidente, teria agido para liberar o desconto em folha de aposentados mesmo após uma série de denúncias na imprensa e de órgãos de controle. “Se não houvesse indícios de falhas, essas pessoas não tinham sido afastadas. Então há, no mínimo, indícios de falhas”, afirmou Carvalho.

Como a fraude funcionava?

O esquema envolvia associações de classe. Elas cobravam um valor de aposentados e pensionistas para a realização de serviços como assessoria jurídica ou convênios com academias e planos de saúde. Esse dinheiro podia ser descontado diretamente da folha de pagamento dos beneficiários, desde que houvesse o consentimento explícito. Essas entidades também precisavam assinar um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) com o INSS. Uma medida provisória de 2019 tentou regulamentar o arranjo ao estabelecer uma revisão periódica dos descontos em vigor, mas o Congresso derrubou as normas em 2022, após pressão do setor.



Fonte: UOL

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