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Em 10 anos, Brasil perdeu quase um quarto de seus caminhoneiros

Em 10 anos, Brasil perdeu quase um quarto de seus caminhoneiros


Ramon Alcaraz, executivo-chefe da empresa de logística JSL Imagem: Arquivo pessoal

Segundo o executivo, a empresa oferece plano de carreira e paga um salário mensal de aproximadamente R$ 6 mil para um profissional iniciante, mais do que o dobro do salário médio no setor, que é de R$ 2.560, segundo o site Portal Salário. O valor, afirma Alcaraz, pode triplicar se a produtividade do caminhoneiro for maior, com paradas, cargas e descargas mais ágeis e eficientes. “E o melhor: estamos sempre contratando.”

Outra grande transportadora no Brasil, a BBM Logística, de São José dos Pinhais (PR), já tentou contratar, no início da década passada, motoristas colombianos e venezuelanos, seguindo uma estratégia comum em países desenvolvidos. A adesão, segundo o diretor de operações Luis Felipe Bastos, não ocorreu da forma esperada. Hoje, como a concorrente, também foca em atrair mulheres para a sua força de trabalho.

“As motoristas mulheres representam apenas 3% dos caminhoneiros na BBM”, comenta Bastos. “Mas a concorrência está forte para contratá-las, e, além disso, é bem difícil encontrar profissionais habilitadas”, explica.

Para Bastos, a profissão de caminhoneiro deixou de “ser passada de pai para filho”, como era antigamente. “Hoje os filhos, que estudaram mais do que os pais, buscam outras carreiras, para trabalharem próximos de casa, como o Uber, mesmo que ganhem menos”, afirma. Ele diz que “nos últimos 10 anos, o setor percebeu a necessidade de valorizar mais os caminhoneiros”. E, por isso, sua empresa oferece benefícios até mesmo para os motoristas agregados, que são os profissionais autônomos que trabalham para transportadoras subcontratadas pela BBM. Entre as vantagens oferecidas, estão telemedicina, apoio psicológico, treinamentos, indicação de postos para pernoite e seguro de vida. “Damos até uniforme, se quiserem usar.”

Especialista no mercado de caminhoneiros, Thelis Botelho criou um aplicativo voltado para motoristas, o Carbonflix, que oferece serviços à categoria por um preço “social”. Para desenvolver o app, Botelho diz que “mapeou as dores do segmento de transporte” e se empenhou em criar uma comunidade. Pelo Carbonflix, os profissionais têm acesso a planos de saúde com telemedicina, seguro de vida e descontos pelo país para fazer a manutenção dos veículos, com uma mensalidade de R$ 169. Em menos de um ano de operação, já tem 22 mil usuários em sua base.



Fonte: UOL

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