“Tarifaço” de Trump derrubou a cotação do dólar. Diante dos anúncios, o índice DXY, que calcula a variação do dólar na comparação com outras seis moedas de economias avançadas, acumula desvalorização de 7,5% no acumulado de 2025 até a véspera do acordo dos EUA com a China.
Desvalorização do dólar é atribuída à desconfiança. “As políticas tarifárias propostas inicialmente pela administração Trump tiveram um efeito disseminado de enfraquecimento do dólar em relação às divisas de países desenvolvidos”, explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. Ele afirma que o movimento foi ocasionado pela redução no comércio global entre os EUA e o restante do mundo, a menor demanda por ativos em dólar e o aumento da incerteza institucional.
Real
Dólar perde força em relação ao real desde janeiro. Após fechar o ano passado cotado a R$ 6,18, a cotação da moeda norte-americana acumulava queda de 8,5% ante o real até a sexta-feira da semana passada, véspera do acordo comercial entre China e Estados Unidos.
Novo retrato geopolítico não deve desvalorizar o real. Diante do novo cenário global, Zylbergeld avalia que a cotação da moeda norte-americana está mais próxima de retornar aos R$ 5,50 do que de recuperar os R$ 6. “Se você me perguntasse há três meses, eu diria que a cotação do dólar iria subir”, afirma ele.
Atuação do Banco Central amplia o otimismo recente. Zylbergeld explica que a percepção diferente daquela observada ao final do ano passado é ocasionada pela atuação do Copom (Comitê de Política Monetária) com as recentes altas da taxa Selic. “Há uma confiança na autoridade monetária, o que não existia há seis meses. Eles [diretores do BC] estão comprometidos em reduzir a inflação.”
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