O plano bilionário da Vale para lucrar com a escassez global do cobre
O cobre, essencial para a transição energética por sua alta condutividade elétrica, é usado em cabos, motores elétricos, painéis solares e sistemas de recarga para veículos elétricos. É considerado um dos pilares da descarbonização da economia, ao lado do lítio e do níquel.
O mercado da commodity enfrenta um descompasso estrutural: enquanto novas fundições chinesas elevam a produção refinada a níveis recordes, a extração do minério segue limitada por gargalos geológicos e operacionais. De acordo com reportagem da Bloomberg, a China ampliou em 10% sua produção de cobre refinado no primeiro semestre, mesmo diante de tensões comerciais e desaceleração global.
Os preços da commodity refletem a tensão crescente. Dados de contratos futuros de Nova York mostram que a cotação do cobre superava US$ 4,82 por libra-peso às 11h de hoje, com alta acumulada de 0,15% no dia. Em três anos, os preços saíram da faixa de US$ 3,50 para picos acima de US$ 5,00 — com forte volatilidade a partir de 2024. O intervalo de negociação nos últimos 12 meses foi de US$ 3,92 a US$ 5,37.
O que está por trás desse rali é a combinação de:
- crescimento acelerado da demanda por eletrificação, especialmente na Ásia e Europa;
- investimentos aquém do necessário em novas minas;
- desastres naturais e interrupções em grandes projetos, como o da Ivanhoe, na República Democrática do Congo, na África. Considerada a mina de cobre de maior teor, teve as atividades suspensas em maio devido à detecção de atividade sísmica na área de produção.
A estratégia da Vale
Para os produtores de minério, como a Vale, esse desequilíbrio pode representar uma vantagem estratégica. Com a escassez de concentrado, mineradoras bem posicionadas ganham poder de barganha. O investimento anunciado hoje durante a fase de implantação do projeto Bacaba visa iniciar a produção no primeiro semestre de 2028.
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