Pílula experimental para perda de peso da Lilly avança – 27/08/2025 – Equilíbrio e Saúde
Uma pílula experimental para tratar obesidade da farmacêutica Eli Lilly ajudou pacientes a perderem 9,6% de peso corporal, conforme um estudo que aproxima a empresa de uma possível aprovação do medicamento.
Este é o segundo de dois estudos que a Lilly planeja usar para mostrar às agências reguladoras de saúde globais que seu medicamento, chamado orforglipron, é seguro e eficaz para pacientes com obesidade. O primeiro estudo, cujos resultados foram divulgados no início deste mês, decepcionou investidores que esperavam maior perda de peso e menos efeitos colaterais.
As injeções para perda de peso da Lilly e da rival Novo Nordisk revolucionaram o tratamento da obesidade, mas as pílulas são fundamentais para alcançar ainda mais pacientes em um mercado que deve chegar a US$ 95 bilhões (cerca de R$ 515 bilhões) até 2030. Até agora, porém, os estudos tinham mostrado resultados aquém das expectativas dos investidores.
Este estudo mais recente da Lilly incluiu pessoas com obesidade que também têm diabetes tipo 2, um grupo de pacientes que normalmente tem mais dificuldade para perder peso. Participantes que receberam a dose mais alta de orforglipron perderam cerca de 9,5 kg e apresentaram melhorias significativas nos níveis de açúcar no sangue.
Kenneth Custer, presidente da Lilly Cardiometabolic Health, afirma que os dados são “realmente encorajadores”.
As ações da empresa subiram até 4,3% no início do pregão regular em Nova York na terça-feira (26). Já as ações da Novo caíram 3,8%.
Os efeitos colaterais observados foram principalmente gastrointestinais. De acordo com a Lilly, cerca de 10,6% dos pacientes abandonaram o estudo devido a efeitos colaterais.
Resultados mais detalhados serão apresentados em uma próxima reunião médica e publicados em uma revista científica revisada por pares, acrescentou a farmacêutica.
Com esses dados mais recentes em mãos, a empresa avança no caminho para solicitar a aprovação regulatória até o final do ano. Uma vez aprovada, a expectativa é que a pílula chegue às farmácias em algum momento de 2026.
“Estamos entusiasmados em disponibilizar este potencial medicamento aos pacientes o mais rápido possível”, disse Custer.
Cautelosos em relação ao orforglipron, analistas questionaram se a Lilly poderá atender às estimativas de Wall Street de US$ 12 bilhões em vendas anuais até 2030. Alguns até reduziram suas previsões de longo prazo.
“Programas de perda de peso pela via oral continuam altamente controversos em termos de como são percebidos pelo mercado”, disse no início deste mês Jared Holz, diretor administrativo da Mizuho Securities.
A Lilly, por sua vez, continua confiante de que seu medicamento será um divisor de águas para pacientes que vivem com obesidade e tem feito investimentos substanciais para atender à demanda prevista no lançamento.
“Junto à perda de peso observamos impactos significativos em glicose sanguínea, pressão arterial, lipídios, biomarcadores inflamatórios. E você obtém tudo isso em uma única pílula”, disse Custer.
Com assistência de Katerina Petroff
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