Por que a nota da Eletrobras melhorou
Tanto a Fitch quanto a Moody’s destacam que a Eletrobras vem cumprindo seu plano de reestruturação com disciplina.
- A Moody’s elogiou a redução das despesas operacionais e a simplificação societária da Eletrobras, destacando que o número de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) caiu de 81 para 62 e que os custos com PMSO (pessoal, materiais, serviços de terceiros e outras despesas) recuaram 24% desde 2022.
- Já a Fitch destaca a resiliência no Ebitda (uma métrica de fluxo de caixa usada para avaliar empresas), a diversificação de receitas entre geração e transmissão e a forte liquidez, com caixa de R$ 30,3 bilhões frente a uma dívida bem escalonada.
- Ambas apontam que o aumento das vendas de energia descontratada a preços de mercado deve reforçar a geração de caixa nos próximos anos. Isso compensa, em parte, a perda de receitas do segmento de transmissão a partir de 2028.
A Eletrobras, maior empresa de energia do Brasil, fechou em março um acordo com o governo Lula para encerrar a disputa judicial que questionava a perda de influência da União sobre a gestão da companhia — uma consequência da regra estatutária que limita o poder de voto de grandes acionistas.
Embora o governo detenha cerca de 42% do capital, somando participações diretas, de bancos públicos e fundos de pensão, sua influência era limitada. Com o acordo, mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a União passou a ter direito a indicar três conselheiros, em troca da desobrigação da Eletrobras de investir na conclusão da usina nuclear Angra 3.
Em resumo, a melhoria do rating da Eletrobras embute uma percepção de que longe do controle estatal, a empresa conseguiu cortar custos e reduzir riscos.
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