por que é difícil conseguir a extradição de alguém ao Brasil
Condenado a 12 anos e 7 meses no julgamento do mensalão, Pizzolato fugiu para a Espanha e depois para a Itália usando um passaporte italiano em nome de um irmão falecido.
O primeiro desafio para os brasileiros foi convencer o Ministério da Justiça da Itália a emitir um mandado de prisão preventiva para Pizzolato para fins de extradição.
Já neste pedido, ainda na esfera administrativa, foi necessário que a diplomacia brasileira convencesse os italianos a prender primeiro e deixar para depois a decisão de admissibilidade da extradição, em tribunais e, depois disso, pelo governo. Àquela altura o status de Pizzolato era de cidadão com passaporte italiano cuja extradição estava sendo requerida pelo Brasil, país que tem proibição constitucional para extraditar cidadãos nacionais.
Na garganta dos italianos ainda estava entalada a recusa de Lula em extraditar em 2010 Cesare Battisti, condenado por quatro homicídios na Itália – à época, policiais brasileiros e italianos relataram a este colunista as dificuldades para a cooperação. Vencida esta etapa e finalmente localizado e preso Pizzolato (fevereiro de 2014), começaria uma renhida disputa por um labirinto judicial na Itália.
A PGR (Procuradoria Geral da República) obteve apoio do Ministério Público da Itália para extraditar Pizzolato, mas mesmo assim adotou como estratégia a contratação de Michele Gentiloni, um dos principais escritórios de advocacia da Itália para representar o Estado brasileiro no processo. Pizzolato foi defendido por Alessandro Sivelli, um dos principais especialistas do país em matéria de extradição.
O apoio do MP é importante e pode pesar. Num caso mais recente do pedido de extradição do blogueiro Oswaldo Eustáquio Filho à Espanha, a Procuradoria do país opôs-se ao pleito do Estado brasileiro. O STF decretou a prisão preventiva por ameaça, corrupção de menores e tentativa de abolição do Estado Democrático pelos atos de 8 de janeiro.
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