Tempo seco: como proteger sua saúde da baixa umidade do ar – 12/08/2025 – Equilíbrio

Tempo Seco: Como Proteger Sua Saúde Da Baixa Umidade Do Ar - 12/08/2025 - Equilíbrio

Tempo seco: como proteger sua saúde da baixa umidade do ar – 12/08/2025 – Equilíbrio


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Falta pouco mais de um mês para o inverno acabar. E é no período que engloba o final do inverno e o início da primavera que a umidade do ar é mais baixa, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura de São Paulo.

Se sua saúde já está sofrendo com o tempo seco, é bom estar preparado. Conversei com médicos pneumologistas e oftalmologistas para explicar as consequências do cenário e trazer medidas práticas para minimizar riscos no dia a dia.

Entenda: a umidade relativa do ar é, basicamente, o quanto de água na forma de vapor existe na atmosfera em relação ao total máximo que poderia existir. Índices abaixo de 30% geram um estado de atenção —e, quanto menor os níveis, maior o alerta e os riscos à saúde.

Diversas partes do corpo humano estão em contato direto com o ambiente e sofrem as consequências do tempo seco. A baixa umidade do ar causa ressecamento, compromete as barreiras naturais de proteção do organismo e deixa as pessoas mais suscetíveis a irritações e doenças.

Os principais impactos acontecem no trato respiratório, nos olhos e no sistema cardiovascular. Vamos entender melhor.

O ressecamento das vias respiratórias prejudica a passagem do ar e a função de barreira protetora contra bactérias, vírus e fungos. Também afeta o mecanismo de limpeza das secreções pulmonares, explica Humberto Bogossian, pneumologista do Einstein Hospital Israelita.

Entenda as possíveis consequências e sintomas:

  • Nariz: sangramento, irritação, secura, potencialização de crises de rinite e alergias.
  • Garganta: irritação, sensação de pigarro, dor de garganta, rouquidão.
  • Pulmões: tosse, exacerbação de quadros de asma e bronquite (levando a chiado no peito), maior propensão a infecções respiratórias (resfriado comum, síndromes gripais, pneumonia).

“Aqueles que têm doenças respiratórias, principalmente nessa parte das vias aéreas, como rinite, sinusite e asma, ficam mais suscetíveis a ter sintomas”, afirma Rafael Futoshi Mizutani, pneumologista do Hospital Nipo-Brasileiro.

O mesmo acontece com quem tem doenças cardiovasculares —pode haver piora no quadro. A desidratação, especialmente quando combinada com baixas temperaturas, pode levar à vasoconstrição, de acordo com Bogossian. A chance de eventos cardiovasculares, como queda de pressão, dores torácicas e até infarto, é maior.

Nos olhos, o tempo seco compromete a lubrificação natural, pois contribui para a evaporação mais rápida da lágrima, segundo Myrna Serapião, oftalmologista especialista em doenças da superfície ocular do H.Olhos e diretora médica da Rede Vision One.

Nesse contexto, há um agravamento de uma doença oftalmológica chamada de síndrome do olho seco. Os sintomas incluem: secura ocular, ardência e sensação de areia nos olhos, coceira, vermelhidão, embaçamento visual e fotofobia (sensibilidade à luz).

Os cuidados para proteger a saúde do tempo seco podem ser divididos em cinco pilares principais. Veja quais são:

1. Hidratação

Beber bastante água é importante durante o ano todo, mas torna-se essencial com a baixa umidade do ar. Se tiver dificuldade, apostar em chás naturais e frutas ricas em água (melancia, por exemplo) pode ser um bom caminho.

  • O cálculo indicado por especialistas é de 35 ml de água por cada quilo de peso corporal.

A hidratação dos olhos fica por conta de soluções lubrificantes, especialmente em ambientes com ar-condicionado. Piscar os olhos com frequência também ajuda —pode parecer óbvio, mas passar muito tempo em frente a telas diminui a frequência do piscar.

A lavagem nasal também ajuda a hidratar as mucosas e é parte do tratamento de alergias e outras queixas nasais. Já expliquei melhor como fazê-la em uma edição anterior da newsletter que você pode ler aqui.

2. Umidificação do ambiente

Ter um umidificador de ar em casa é uma boa pedida. Alguns cuidados com ele, porém, são essenciais: mantê-lo higienizado, trocando a água constantemente; e não deixá-lo voltado para a parede, porque pode favorecer o mofo.

  • Para quem não tem umidificador, deixar toalhas molhadas em alguns cômodos também ajuda.

Outra dica é ter em casa plantas que ajudam a umidificar o ar. Espécies com folhagens maiores transpiram mais e, por isso, são boas escolhas.

3. Proteção contra poluição

A baixa umidade impede a dispersão e retém os poluentes no ar, principalmente em grandes cidades. Isso é prejudicial para o sistema respiratório e cardiovascular, explica Mizutani.

É indicado evitar exercícios físicos ao ar livre próximo ao horário de almoço, que é o momento de pico da poluição de ar (entre 11h e 15h, aproximadamente). Se possível, dê preferência a ambientes fechados.

4. Manutenção de tratamentos

Pessoas com alergias, doenças respiratórias, cardiovasculares e crônicas, de forma geral, devem manter o tratamento habitual, seguindo orientações médicas e fazendo o uso contínuo dos medicamentos.

5. Vacinação em dia

Vacinas são uma das formas mais eficazes de prevenir infecções respiratórias, mais frequentes nesta época do ano. Para proteger sua saúde, esteja em dia com os imunizantes contra a gripe, a Covid-19 e outras doenças.

Caso os sintomas causados pelo tempo seco se intensifiquem e atrapalhem seu dia, procure um médico. O profissional poderá indicar o tratamento mais adequado.


O que você precisa saber

Notícias sobre saúde e bem-estar

Qualidade acima de quantidade. Um estudo publicado na revista científica Health Data Science sugere que fórmula do sono saudável não está nas oito horas de sono. Manter padrões irregulares de repouso pode ser mais prejudicial à saúde do que dormir pouco, segundo os pesquisadores.

Vacinas aliadas contra a demência. Imunizantes utilizados para combater as infecções por varicela-zóster (VZV) e pelo vírus sincicial respiratório (VSR) podem reduzir o risco de desenvolver o declínio cognitivo, revela um estudo publicado em junho na revista NPJ Vaccines.

Homens menos dispostos a buscar ajuda. Eles adoecem mais e vivem menos que as mulheres em quase todos os países, segundo uma revisão global feita pela Universidade do Sul da Dinamarca. O estudo mostra, ainda, que eles evitam buscar o sistema de saúde e têm mais doenças crônicas.



Fonte: Folha de São Paulo

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