Copom reconheceu não saber para onde vai a Selic em junho, e mercado gostou

Copom Reconheceu Não Saber Para Onde Vai A Selic Em Junho, E Mercado Gostou

Copom reconheceu não saber para onde vai a Selic em junho, e mercado gostou


Custos da decisão

Na lógica do sistema de metas, de fato, é menos custoso — para a credibilidade do Copom e em geral para a economia — aplicar um alta residual, e recuar se a elevação, na frente, se mostrar desnecessária. Ao contrário, antecipar cortes de juros, mas, em seguida, ser obrigado a retomar as altas, traz consequências mais negativas para a ação do Copom e para as expectativas de inflação.

A decisão de deixar em aberto o caminho a ser trilhado até a reunião do Copom em junho se apoia também numa das mais relevantes alterações no texto do comunicado, na comparação com o documento de março. Na decisão anterior, o comitê considerava que o balanço dos riscos para a inflação pendia para o lado altista. Agora em maio os riscos de alta ou de baixa da inflação foram descritos como equilibrados.

Fator Trump

Na avaliação do Copom, os sinais de desaquecimento da economia continuam “incipientes”, mas são agora mais evidentes. Essa perspectiva de que a atividade desacelere, favorecendo alívio da inflação, contudo, ainda não é suficiente para abrir espaços mais abertos ao fim do ciclo de altas. Afinal, a política fiscal continua expansionista e as cotações do dólar, que influenciam fortemente os movimentos de preços, estão mais voláteis.

Se fosse só isso, porém, é possível que as indicações do Copom para frente pudessem ser mais afirmativas. A questão central para a sinalização em aberto sobre os passos futuros da política de juros se concentram no cenário externo, no qual predominam as idas e vindas da errática política econômica de Trump. A biruta imprevisível do presidente americano desaconselha apostas tantos em processos desinflacionários quanto em aumento de pressões inflacionárias.



Fonte: UOL

Share this content:

Publicar comentário