‘Governo perde de lavada em narrativa sobre pacote fiscal’
O governo defende o fim da isenção de IR para títulos de investimento e pediu “abertura de espírito”. Uma das propostas levadas ao Congresso para substituir o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) LCI e LCA, cujos investimentos vão para o setor imobiliário e o agronegócio.
As medidas, no entanto, sofrem resistência de parlamentares. Ontem, o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara, disse em evento com empresários que o pacote de medidas apresentadas pelo governo “não será bem aceito” no Congresso.
Na quarta (11), o ministro Fernando Haddad esteve na Câmara e defendeu as medidas propostas pelo governo. Os deputados do PL Carlos Jordy e Nikolas Ferreira pediram a palavra, fizeram críticas e, na sequência, deixaram a audiência sem ouvir a resposta do ministro. Ao retomar a palavra, Haddad chamou a atitude é “molecagem”. Os bolsonaristas retornaram e iniciaram o bate-boca.
O que está por trás dessa baixaria é a disputa entre as agendas econômicas do governo e de oposição. O ministro quer entregar o resultado primário, propondo taxar o andar de cima, com uma série de medidas. E a pressão que vem de fora, evidentemente da oposição, mas do mercado também, é a de que não se deve aumentar imposto, deve cortar gastos e fazer reformas.
Então, é essa a disputa que está na mesa hoje no Brasil: de um lado, o ministro e o governo propondo o ajuste fiscal e, do outro lado, para não passar, para serem feitos as reformas e os cortes de gastos.
Evidentemente, há um tabu aí que não é mencionado, que é simplesmente mudar a regra do superavit para esse ano e o ano que vem. Parece que esse ano a gente tem um valor em torno de R$ 20 bilhões, que o governo precisa alcançar, e para o ano que vem é algo muito indefinido. Pedro Rossi, economista professor da Unicamp
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